Seguindo o Caminho - Parte I Um necessário prefácio Se
Jesus viesse a nascer nos nossos dias, quantos o seguiria? Seria ele
bem-vindo na atual sociedade? Há algumas pessoas que dizem: “Se Jesus
viesse novamente hoje, ele seria crucificado outra vez.” É tal afirmação
procedente? E quais seriam as “credenciais de apresentação” do Cristo?
Como ele seria recebido por nós? Se
Cristo viesse nos dias de hoje, muitos pensam, ele apareceria dirigindo
um Rolls-Royce, de terno e gravata, com um
bigode bem feito e com um sapato tipo
Sandalo Marteganni. Na verdade, foi nestes termos que os antigos
dos dias de Jesus pensavam acerca do esperado Messias. Os
judeus nos dias de Jesus esperavam que o Cristo viesse a nascer em
“um berço de ouro”, que ele fosse muito bonito, “chique”, e que agisse
de acordo com as regras e etiquetas da época. Sim, foi nestes termos
que os judeus esperavam o Salvador. Aí
veio Jesus, dizendo ser o Messias, o Rei, o Salvador de Israel. Contudo,
ele não era bonito e nem “chique” [Isaías 53:2]; não havia nascido
em “um berço de ouro” [Lucas 2:7], e Ele veio a crescer em uma cidade
desprezada por todos – Nazaré, uma cidade desprovida de boa fama,
sem nenhum glamour! [Mateus 2:23; João 1:46] Imagine só! O Rei dos reis veio a ser conhecido como Jesus de Nazaré! A opinião pública e o
Cristo “Quem
ele é?”, esta foi a pergunta que acompanhou Jesus durante toda
a sua vida. A singularidade do viver de Jesus de Nazaré realmente
despertava a curiosidade de todos. Por onde ele passava, as pessoas
tinham a consciência de que estavam diante de uma pessoa deveras singular.
Sim, e ainda nos dias de hoje, os homens não param de se perguntar
quanto a pessoa de Jesus: Quem é este homem? “Mas
como ele é contraditório!”, muitos assim o julgaram ao ouvi-lo. Jesus
era motivo de chacota para alguns, de amor para outros e mesmo de
ódio para outras pessoas. Muitos ficavam confusos a respeito de Jesus. As
opiniões a cerca de Jesus de Nazaré eram diversificadas e até mesmo
opostas! Alguém chegou a lhe confessar com bastante entusiasmo: “Tu
és o Cristo, o Filho de Deus Vivo!” [Mateus 16:16b]
Sim, muitos ousaram confessar ser Ele “o Cristo”. [João 4:41;
7:41] Mas não era assim que todos pensavam acerca de Jesus. Alguns
se aproximaram de Jesus para proferir-lhe palavras agressivas e preconceituosas:
“Tens demônio, além de ser samaritano!”. [João 8:48] Procurando fazer
com que outros ignorassem a Jesus, os opositores diziam: “Ele tem
demônio, e está fora de si. Porque vocês prestam atenção as palavras
dele?” [João 10:20] Porém, um daqueles que seguiam a Jesus de perto,
lhe disse: “Tu tens as palavras da vida eterna!” – João 6:68b. Sinal de contradição! Deus manifesto
em carne. Jesus, o Cristo
tão esperado. [Isaías 9:6] Todavia, ele se manifestou como sendo o
oposto do sonho da maioria do Seu povo! Ele nem sequer se comportava
conforme a “etiqueta social”! – Note João 4:9. Sim,
“Jesus tem um comportamento bastante reprovável”, pensavam alguns.
Jesus foi mesmo chamado de “homem comilão e beberrão” e “amigo de
ladrões e pecadores”. [Note Mateus 11:19] “Por certo que ele não é
o Messias. Vejam só! Ele é amigo de Maria Madalena, a pecadora, a
prostituta!”, assim pensavam outros. – Cf. Mateus 26:6-13; Lucas 7:37-39; João
11:1, 5; 12:1-3. Nascido em um meio
marcado por forte religiosidade, o proceder de Jesus tão inusitado
foi alvo de escândalo. Jesus,
o Cristo, nascera mesmo para ser o “sinal que é contraditado”! [Lucas
2:34]. O modo como ele falava e agia era um corte profundo em todo
aquele quadro religioso! Muitos nele se escandalizavam! – Mateus 13:57. O
falar e a conduta de Jesus era realmente motivo de perturbação. O
que ele na verdade queria transmitir com uma linguagem e conduta tão
diferentes? Os seguidores do Mestre Jesus Jesus
era tão intrigante mas ao mesmo tempo tão atraente! Devido ao Seu
falar e comportamento inusitado, Jesus de Nazaré atraiu muitos seguidores.
Eles vieram a reconhecê-lo como um verdadeiro rabino [João 1:38],
diferente de todos quantos eles conheciam. Diz-nos o registro histórico:
“A multidão se admirava da sua doutrina; porquanto ensinava como tendo
autoridade, e não como os escribas.” – Mateus 7:28, 29. Contudo,
tanto amigos quantos inimigos de Jesus vieram a confessar dEle: “Jamais
alguém falou como este homem!” – João 7:46. O
reconhecimento de Jesus qual Mestre foi mesmo reivindicado por ele:
“Não queirais ser chamados Rabi,
porque um só é o vosso Mestre a saber, o Cristo, e todos vós sois irmãos.”
[Mateus 23:8] Sim, os que seguiam a Jesus o reconheceu como o Cristo,
o único Rabino. De modo que Jesus falou-lhes:
“Vós me chamais Mestre
e Senhor, e dizeis bem, porque eu o sou”.
[João 13:13] Mas qual teria sido o ensino central do Mestre Jesus
de Nazaré? “Você não lava
as mãos antes
de comer?” Certa
vez, os discípulos de Jesus foram fazer um lanche. No entanto, eles
não tomaram o cuidado de lavar as mãos. Pois é, eles não observaram
a regra da higiene “santa”! Por isso alguns se acharam no direito
de puxar as orelhas dos seguidores do Cristo. [Marcos 7:2] “Viram
só? Eles fizeram aquele ‘hot-dog’ com as mãos impuras! Como é que
pode?” E então vieram censurar a Jesus: “Porque não andam os teus
discípulos conforme a tradição dos antigos, mas comem o pão com as
mãos por lavar?” – Marcos 7:5. Os
discípulos de Jesus eram vistos como “os transgressores dos bons costumes
– a tradição dos antigos”. [Mateus 15:2] Os seguidores do Mestre de
Nazaré não se importavam com o que os outros poderiam dizer. Mesmo
que alguns viessem apontar-lhes a “santa lei de Deus”, os discípulos
somente se importavam com o que Jesus lhes tinha a dizer. Sim,
eles vieram a entender que a vinda do Messias significava mesmo uma
mudança de era: A lei divina seria ensinada e cumprida em sua essência,
não mais de acordo com “a letra”. A questão do interno Como
vimos, os fariseus foram repreender os discípulos de Jesus porque
estes “se esqueceram” de lavar as mãos antes de comerem pão. Por não
terem feito o rito de “lavar as mãos”, os seguidores do Mestre foram
considerados quais “impuros” diante de Deus. Os
fariseus lavavam as mãos antes comer. Eles ostentavam tal ato exterior,
pretendendo assim que as pessoas os vissem como “os puros”. Todavia,
Jesus alertou-lhes quanto a sujeira que os homens trazem dentro si:
a ganância, a inveja, a malícia, o preconceito, o desejo de dominar
sobre os outros... – Note Marcos 7:21-23. Os
fariseus e seus seguidores estavam interessados na “boa aparência”.
Eles realmente prezavam em serem “bons religiosos”. Contudo, Jesus
censurou-lhes ao compará-los aos sepulcros bem ornamentados por fora,
mas contudo, destituídos de qualquer cousa aprazível no interior.
– Mateus 23:27, 28. O olhar do Senhor O
viver que agrada a Deus, longe de ser um viver de aparência conforme
costumes religiosos, é aquele que atenta ao “homem interior”.
Um antigo sábio, inspirado pelo Espírito do Senhor, escreveu: “Sobre
tudo o que se deve guardar, guarda o teu coração, porque dele
procedem as saídas da vida.” – Provérbios 4:23. De
fato, o que vemos externamente não é padrão para determinarmos o que
o homem é no seu interior. Os fariseus que cuidavam-se em “purificar
o exterior” pensavam que estavam garantindo “o homem interior”. Eles
estavam enganados como estão os muitos religiosos dos dias de hoje. O
Mestre deu-nos uma importante lição: “Não julgueis segundo a aparência,
mas julgai segundo a reta justiça”. [João 7:24] Nosso Senhor assim
falou em referência direta àqueles que cuidavam em observar a “circuncisão
exterior”. [João 7:21-23] É importante notarmos que o falar do Mestre
foi mesmo o reafirmar de Suas palavras outrora ditas ao juiz Samuel:
“...o Senhor não vê como vê o homem, pois o homem vê o que está diante
dos olhos, porém o Senhor olha para o coração.” – 1 Samuel 16:7. Assim
vemos que o “homem interior” é a chave de todas as coisas, a chave
para um viver que conforme o agrado de Deus. E quem é que pode perscrutá-lo?
Somente o nosso Senhor Jesus! Jesus é o único capaz de sondar o coração
humano. [Apocalipse 2:23] Assim, não
estamos autorizados pelo Senhor nosso Deus a usar qualquer régua para
medir os nossos semelhantes! E a opinião pública? Ao
pensarmos um pouco no que acabamos de ler, talvez nos venha tal pergunta:
Será que o nosso Senhor se importa com a opinião pública? Que você
diz? É realmente importante nos atermos aos comentários das outras
pessoas a nós? Quanto esta questão te perturba? Se
você parar para pensar, perceberás o quanto existe de ilusão na sociedade,
nos mais diversos âmbitos sociais. Em geral nós estamos sempre procurando
se adequar aos outros. Queremos ser tidos por “normais” e “íntegros”.
Mas será que a “normalidade” pretendida e ditada pela sociedade é
realmente cousa importante a qual devemos nos ater? E quanto a religião?
Que conduta devemos ter? Seguindo o Caminho - Parte II Máscaras da sociedade
e da religião Coloquemos
em pauta alguns pontos do comportamento religioso e social. As
pessoas costumam se cumprimentar com apertos de mãos, beijos e abraços,
com um “Bom dia!”, e com o rotineiro “Como vai você?”. Já parastes para pensar se tudo isso é realmente
do agrado de Deus? Neste
ponto alguns me dirão: “Mas você quer que sejamos mal-educados?
Temos que ter um procedimento cortês para com as pessoas!”. Mas
é necessário que façamos cuidadosa reflexão. Quanto da nossa “cortesia”
procede realmente de um coração sincero? Quando você saúda a alguém:
“Oi? Como está você?”,
será que estás preocupado realmente com o bem-estar daquela pessoa?
És sincero em sua pergunta? Queira refletir. Se
você saudar todas as pessoas com um “Como
vai você?” a grande
maioria irá lhe responder: “Eu
vou bem, e você?”. E você provavelmente responderá: “Eu também vou bem. Obrigado.” Pensamos estar sendo gentis. Mas será mesmo?
Não
somos sinceros conosco mesmos e muito menos com os outros. Afinal,
se todos estão bem, de fato o mundo deveria estar uma maravilha,
não achas? Mas a realidade é que o mundo não é nenhuma maravilha.
Como nos escreveu João, o apóstolo: “O mundo está dentro do maligno.”
– 1 João 5:19b. O
mesmo se dá na esfera religiosa. Vemos muitos que ao se encontrarem
se saúdam com “paz” e “amém”. Elas também se chamam de “irmãos”.
Mas se as pessoas fossem mesmo sinceras em todas essas ”mesuras
santas”, realmente viveriam em verdadeira união, não achas? Sim,
se estivessem mesmo na “santa paz” não haveria tanta discórdia entre
elas (principalmente entre os seus líderes). Mas não é isso que
vemos! Embora
se chamem de “irmãos” e se saúdem com “paz”, é no meio religioso
que mais vemos inimizades, guerras e ódio. Chamam-se de “irmãos”
ou de “irmandade”. No entanto, tal saudação é de mero efeito casuístico
e rotineiro, não significando que haja verdadeiro amor e cuidado.
Como a religião nos engana! Falsos testemunhos Por
que nos prestaríamos a seguir os gentios na falsidade de condutas,
no jogo do faz-de-conta? Por certo não estaremos sendo mundanos
ao nos deixar levar pelas “boas maneiras” da sociedade e da religião?
Será que os nossos gestos sociais e religiosos é mesmo de acordo
com o Senhor? Prestamos
cortesias vãs, saudações tolas! Estas são as “boas maneiras” que
a sociedade e a religião nos dita. Na verdade, as “boas maneiras”
estimula a nós mesmos e ao nosso próximo a prestar falso testemunho!
Em outras palavras, somos ensinados a mentir o tempo inteiro! Deveras,
muito das gentilezas que prestamos uns aos outros não são verdadeiras;
não passam de diplomacia, uma busca de conquista de “respeito”.
Que mundo de adulações vivemos! Não sendo mais mundanos e
nem religiosos É
comum encontrarmos pessoas que se mostram preocupadas com o que
os outros têm a dizer a respeito delas. Elas temem que a opinião
pública se volte contra elas. Assim tais pessoas procuram sempre
seguir “os passos do rebanho”. Contudo, Jesus mesmo disse: “O que
entre os homens é elevado, perante Deus é abominação.” – Lucas 16:15b. Um
dos apóstolos escreveu: “Não ameis o
mundo, nem o que no mundo há. Se alguém ama o mundo,
o amor do Pai não está nele.” [1 João 2:15] Tens considerado de
forma apropriada tal passo? Sim,
é verdade, este mundo é mesmo contrário ao amor de Deus. Deveras,
as nossas “gentilezas”, nosso comportamento “gente boa” é simplesmente
o que a Bíblia chama de “soberba da vida”! – Cf.
1 João 2:16. O
que vem a ser a soberba da vida? É o desejo de sermos reputados
como pessoas “de respeito”. A verdade é que muitas pessoas procuram
religião tendo tal objetivo em mente. Daí, a preocupação em serem
“certinhos”, de andarem conforme as “boas maneiras” e de terem uma
“boa aparência”! Tanto a sociedade quanto a religião estimulam tal
desejo carnal! Ser você mesmo para o
verdadeiro viver Jesus
se importa conosco. Ele quer que sejamos realmente felizes. E ser feliz é uma questão de ser pessoa, de sermos nós mesmos. O Senhor tem nos dito: “Amarás
o teu próximo como a ti mesmo.” – Mateus 22:39b. Você
tem o direito divino de se dar ao seu próximo do jeito que você
é, sem nenhuma máscara, desejando tão somente a manifestação do
amor de Deus. Assim escreveu o apóstolo João: “Conhecemos o amor
nisto: que Ele deu a Sua vida por nós, e nós devemos dar a vida
pelos irmãos.” – 1 João 3:16. Ame-se
para poder amar. Ame-se para poder se doar. Pois quem ama se doa. [João 15:13] No
reino de Deus não há lugar para mascarados. Ao amar o
seu próximo do jeito que você é, você está realmente
liberando ele para o reino de Deus. Sim,
pois ao se dar ao seu irmão você está manifestando Deus, porque
Deus mesmo é o amor! Como podemos ler: “Aquele que não ama não conhece
a Deus; porque Deus é amor. [...] E nós conhecemos, e cremos no
amor que Deus nos tem. Deus é amor; e quem está em amor está em
Deus, e Deus nele.” – 1 João 4:8, 16. No amor não há medo Que
condenação há para aqueles que vivem no Amor? Não, esta é uma esfera
em que a condenação não tem lugar. Então por que ter medo do ‘Juízo
Final’? “No
amor não há medo”, escreveu o apóstolo João. [1 João 4:18] Já
meditastes em tal passo bíblico? Como é que as pessoas podem viver
o amor se elas mesmo não se amam, se elas mesmos se temem? No amor não há medo. Nem
mesmo medo de ser você mesmo! Muitos
são os que têm medo de si mesmos, de serem eles mesmos por causa
das opiniões alheias, por causa da censura religiosa. Não é de estranhar
por que nos separamos e evitamos tanto uns dos outros! Não nos aproximamos
do nosso próximo por que há certas “normas” que devem ser obedecidas!
Temos que ter “discrição”, pois “já somos adultos”, dizemos. Sim,
somos adultos demais... Desencaminhados de Deus O mundo e a religião ditam a nós comportamentos
que mascaram o sentimento humano mais profundo. Assim, aprendemos
a não ser pessoas genuínas. Passamos a viver uma vida de teatro!
Representamos tudo! Mas seria a vontade de Deus que os Seus filhos
vivessem uma vida de faz-de-conta? As
pessoas têm sido desencaminhadas do Deus que é amor e vida. A sociedade
e a religião são culpadas de afastarem as pessoas do propósito divino
para com a humanidade. Por seguirem os ditames e os preconceitos
da sociedade e da religião a maioria das pessoas já não conseguem
ser elas mesmas. Elas têm medo de ser elas mesmas. O
desejo de Deus para conosco, Seus filhos, é de que não haja nenhuma
barreira entre nós e Ele, e nem entre nós mesmos. Todavia, quantas
barreiras há entre nós e Jesus, e quanta barreira há entre “eu e
você”. Não é de estranhar o fato de que as pessoas vivem se afastando
tanto uma das outras. Ainda não fomos aperfeiçoados no amor.
[1 João 4:18b] É... ainda
não tornamos crianças! Lembra-se de quando
eras criança? A
sociedade tem servido como indutora do cultivo de um viver de aparências.
E a religião tem reforçado os estereótipos e mesmo acrescentado
maiores danos ao ser humano mediante as suas regras “moralizantes”.
Imposições e preconceitos sem conta apenas têm estimulado as pessoas
a serem falsas com elas mesmas. Por
causa da sociedade e da religião as pessoas têm esquecido que elas
já foram um dia crianças. Sim, com os dias elas vieram a abandonar
a simplicidade, a inocência, a sinceridade. Os
dispositivos sociais e religiosos impedem que o reino dos céus –
o reino do amor -, brilhe nos rostos das pessoas. Elas não conseguem
ser sinceras nem consigo próprias. Elas se tornaram “adultas”.
Mas seria possível obtermos um retorno à nossa essência? Sim,
é possível haver um retorno ao ser-inocente.
Tal retorno é mesmo necessário para todos nós. Pois, Jesus afirmou:
“Em verdade vos digo que, se não vos converterdes e não vos fizerdes
como crianças, de modo algum entrareis no reino dos céus.” – Mateus
18:3. Como ser uma
criança Você
já viu alguma criança religiosa? Eu nunca vi. Deveras, as crianças
não têm religião alguma. Nenhuma criança nasce com os “santos costumes”.
Elas são imunes a estas vaidades. Nós é que colocamos nelas, e com
muito esforço, a malícia da sociedade e da religião. Devemos
ser quais crianças imunes às vaidades da religião e da sociedade.
Devemos seguir a Jesus abandonando toda a malícia dos “bons costumes”.
No verdadeiro caminho não há máscaras, não há complicação religiosa.
Em Jesus só há a simplicidade da vida. – 2 Coríntios 11:3. Satanás,
por meio da sociedade e da religião, muito nos contamina. E o principal
instrumento de Satanás é sem dúvida o que muitos chamam de “educação”.
Sim, foi por meio da educação que é segundo a árvore
do conhecimento do bem e do mal, que as nossas faculdades interiores,
os nossos sentidos ficaram corrompidos. Podemos
supor que estamos educando os pequenos “no caminho em que se deve
andar”. [Provérbios 22:6] Assim, inculcamos nas crianças os conceitos
religiosos e preconceitos sociais que aprendemos. Passamos a elas
um monte de “regrinhas” (uma lista com mais “não” do que “sim”,
que nem mesmo nós a cumprimos), pensando nós que é este “o caminho”
no qual elas devem andar. Mas certamente não é este
“o caminho”
que o Senhor deseja aos nossos pequeninos. Pois Ele mesmo apontou
a direção: “Eu sou o Caminho”.
– João 14:6a. Desde que realmente
ame Sintonia com o Amor – nisto se resume os mandamentos do Mestre. Que mensagem
tão distante da nossa religião caduca! Escreveu o apóstolo Paulo:
“Para que sirvamos em novidade de espírito, e não na velhice da
letra!” – Romanos 7:6b. Mas
o que seria servir a Deus “em novidade de espírito”? O apóstolo
mesmo responde: “É judeu o que o é no interior, e circuncisão a
que é do coração, no espírito, não na letra: cujo louvor não provém
dos homens, mas de Deus.” – Romanos 2:29. Estás
realmente disposto a ter um viver segundo o espírito, o seu interior?
Sim, quando vivemos segundo o nosso espírito somos pessoas sempre
novas. Não há lugar para velharia em um viver que é conforme o espírito!
Além
do mais, quando vivemos segundo o nosso homem interior aprendemos
a não ter nenhuma preocupação com as opiniões alheias! Afinal, que
importa o louvor ou as recriminações dos homens ao nosso respeito?
Seguindo Jesus não
mais pela religião
e nem limitados pelos padrões
da sociedade Não
há nenhuma virtude em procurar seguir conselhos sociais e religiosos,
mesmo que nos pareçam válidos. A religião, por mais sincera que
ela seja, é simplesmente vaidade, é um caminho de aparência, sem
nenhuma realidade a nos oferecer. Os
apóstolos perceberam a realidade do falar do Mestre e Senhor. Deveras,
por virem a conhecer Jesus segundo o homem interior, os apóstolos
foram conduzidos ao entendimento de que o viver da fé cristã é simplesmente
Jesus. O Evangelho
de João foi mesmo escrito em tal testemunho. Ao
lermos a Bíblia é importante que apercebamos o crescimento da fé nos apóstolos e demais crentes no
Salvador. Este é deveras um ponto vital para compreendermos o genuíno
ensinamento apostólico. Por exemplo, nos primevos passos da igreja,
os apóstolos não estavam tão claros quanto a verdadeira “casa de
Deus”. [Atos 2:46 compare com João 4:20-24] De fato, a luz do devido
entendimento só veio a incidir-lhes na posteridade. – Veja Atos
7:48; 17:24 compare com Hebreus 3:6. Note também 1 Coríntios 3:16.
E
é bem verdade que, como bem nos mostra o registro histórico, alguns
dos apóstolos julgaram que era necessário sustentar alguns preceitos
da lei juntamente com a fé no Espírito. [Atos 15:20, 21] Sim, no
início do falar apostólico, alguns
não tinham um claro discernimento quanto ao propósito da vinda de
Cristo como Espírito. [João 14:17, 18; Gálatas 2:20 compare com
3:2] Todavia, pela Luz da Vida que veio habitar neles, com o gradual
crescer da fé, ao invés de se firmarem segundos os moldes da religião,
os apóstolos vieram a acatar as divinas palavras: “Eu sou o Caminho, a Verdade e a Vida. Ninguém
vem ao Pai senão por Mim.” – João 14:6. Conduzidos pela Vida Tens
a Jesus como o seu Caminho? Tens a Ele por seu Mestre e Condutor?
Se tu tens o próprio Senhor, de que te adianta os muitos conselhos
e regulamentos religiosos? Se tens Jesus como a sua Vida de que
lhe servirá adquirir um “manual de boa conduta”? Não
é proveitoso ouvir aos “bons conselhos” dos religiosos. As regras
sãos muitas e o desamor da religião é muito grande. Também não é
proveitoso atender aos ditames e estereótipos da sociedade. A sociedade
e a religião nada poderão fazer por você. Elas não podem te dar
o que você mais precisa. Tanto a sociedade quanto a religião são
incapazes de atender os seus anseios mais profundos. Seguir
Jesus como o nosso Caminho, como o nosso Regulamento, anula qualquer
“boa pretensão” da religião. Não precisamos viver de religião e
nem de qualquer padrão social. Nós precisamos é da própria Vida.
E a Vida tem um único Nome: Jesus. Se interiorize! Jesus é Aquele
que nos conduz a realidade da nossa existência e de tudo que existe.
Por Jesus ser a Luz da vida, Ele está disposto a nos ensinar a respeito
de todas as coisas! Jesus
é o teu Deus, Ele é o teu Senhor. Ele está agora no seu
interior e deseja ser o seu Mestre. Ele está te esperando para que
você se volte a Ele. Sim, procure atentar a Cristo, o qual reside
dentro de você. [Note 2 Coríntios 13:5] Isto lhe trará realidade.
Se interiorize para ouvir verdadeiros ensinamentos! Ao
se voltar para o Cristo que habita dentro de você, perceberás que
um procedimento conforme regulamentos religiosos e sociais é mesmo
um proceder de vaidades. E, como verás, ao seguir Jesus como o Caminho, você pouco a pouco será liberto dos enganos das instituições
religiosas e mesmo das sociais. De
fato, você não precisará mais assistir aos chamados “cultos de doutrina”,
nem mesmo precisará atentar ao “bom padrão” da sociedade. Sim, por
que necessitaríeis de tais coisas? Como escrito está: “E a unção,
que vós recebestes dele, fica em vós, e não
tendes necessidade de que alguém vos ensine; mas, como a Sua
unção vos ensina todas as coisas, e é verdadeira, e não é mentira,
como ela vos ensinou, assim nele permanecereis.” – 1 João 2:27. Jesus
diz a todos aqueles que vem a crer nEle: “Se vós permanecerdes na
minha palavra, verdadeiramente sereis meus discípulos; e conhecereis
a Verdade, e a Verdade vos libertará.” – João 8:31, 32. Há
um Caminho único no qual devemos palmilhar: o Caminho da Vida. No
Caminho único e verdadeiro não há aparências. Há só realidade,
a simplicidade do viver
Jesus. Ele, que é o Caminho e a Verdade, te conduzirá para dentro
da Vida. Como Ele mesmo disse: “O
reino de Deus não vem com aparência exterior. Nem dirão:
Ei-lo aqui!, ou, Ei-lo ali!; porque o Reino
de Deus está dentro de vós.”
– Lucas 17:20, 21. Netanias A. de Lima
|